Um dado alarmante: segundo os registros publicados no site do Conselho Federal de Contabilidade – CFC, o número de empresas contábeis em 2013 era de 82.643, em 2015 este número caiu para 48.263. Em menos de 2 anos mais de 40% das empresas contábeis sumiram do mapa!
Segundo informações obtidas junto ao setor de registros do CFC, o principal motivo desta queda impressionante é que em 2013 mais de 41 mil empresas eram escritórios individuais, onde o registro era feito diretamente no Conselho Regional de Contabilidade. Esta opção deixou de vigorar e agora este tipo de empresa deve ser registrada como Microempresa Individual – MEI, mas em 2015 temos o registro de só 3.647 empresas contábeis nesta categoria. E para onde foram os outros? Esta resposta é ainda um mistério, mas nos faz pensar e faz valer uma avaliação deste mercado.
NÚMERO DE REGISTROS DE ORGANIZAÇÕES CONTÁBEIS DE 2013 A 2015
O MUNDO CONTÁBIL ESTÁ MUDANDO
De um lado é possível ver que as mudanças constantes de legislação e aumento das obrigações acessórias tem feito muitos empresários contábeis mudar de ramo, pois o investimento em atualização constante é desgastante, fora isso, ainda temos as responsabilidades do contador, sujeitas a punições e multas, e, por fim o massacre de impostos. Por outro lado também vemos empresas contábeis que encontraram nas mudanças uma forma de crescer, vendo nos desafios muitas oportunidades, pois a lei de mercado é clara: se um serviço ou produto é escasso, ele tem mais valor!
Para o presidente da Federação Nacional das Empresas de Serviços Contábeis e das Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas – Fenacon, Mário Berti, o mercado oferece sim oportunidades para os escritórios contábeis mesmo com a crise. Ele afirma que, a crise pode por si só ser uma oportunidade, pois agora como nunca, as empresas precisam enxugar custos, buscar alternativas e melhorar a sua gestão. “E, neste particular, o papel do contador passa a ser fundamental, no apoio gerencial, passando de mero entregador de guias para um verdadeiro parceiro das empresas que atende”, sentencia.
Tem gente que vai se perguntar: “Mas como isso? Se meus concorrentes cobram honorários muito menores?” e até podem concluir: “Não tem como competir.” Aí a sugestão é ver sua estratégia. Descubra o seu mercado, para quem você quer vender seus serviços? Qual a estratégia de apresentação da sua empresa? Você tem que ter segurança de seus valores e conhecer profundamente seus diferenciais. Sempre é bom lembrar de mostrar aos clientes os riscos que a contabilidade corre e seu grau de comprometimento.
Agora voltando ao mercado contábil. E se? A pergunta é sempre pertinente e deve rondar a cabeça de muitos empresários:
– E se eu aumentasse o valor dos meus honorários?
– E se eu tivesse estudado mais?
– E se minha equipe não tivesse tanta rotatividade?
– E se eu investisse no treinamento do meu pessoal?
– E se meu cliente não tivesse me abandonado?
– E se minha empresa pagasse melhor os colaboradores?
– E se o Governo diminuísse os impostos?
Para quem fica no “e se?” o risco é total, pois em um universo de 48 mil empresas contábeis no Brasil é comum vermos nos eventos, cursos e seminários sempre aqueles mesmos rostos. São estas empresas que investem constantemente em organização, em conhecimento e atualização aquelas que prosperam e que estão incorporando as empresas do “e se?”.
CRISE: MOMENTO PARA OS VISIONÁRIOS
Nos últimos anos o contador vem ganhando confiança dos empresários e se tornando um consultor de negócios com uma participação fundamental na hora da tomada de decisões estratégicas da empresa. Ao atingir esse status, a empresa contábil passa a ter um papel importante, principalmente, nos momentos de incerteza, quando tomar a decisão certa pode ser vital.
Berti afirma que, neste momento, o papel do empresário contábil passa a ser fundamental, ainda mais se levarmos em conta que é ele que detém as informações contábeis, e por consequência, gerenciais da empresa, e pode, em conjunto oferecer alternativas de soluções que as vezes o empresário não enxerga.
Por outro lado, adverte Berti, é preciso ficar atento pois, os empresários de serviços, e em especial, os empresários contábeis, estão a todo tempo mergulhados em novas exigências, modificações de ordem legal, crises, etc. “Este é o momento e a oportunidade ideal para parar um pouco para pensar sobre a atividade como um todo, participando de eventos que propiciam novos conhecimentos e trocas de experiências valiosas”, lembra.
Ele afirma ainda que não resta a menor dúvida de que, investir na qualificação, participando de eventos e cursos, é uma ferramenta para que o escritório contábil cresça, ainda mais no momento de ebulição em que estamos vivendo, pois foram tantas as novidades na atuação da contabilidade, que sem dedicar tempo e energia para a reciclagem é o mesmo que ficar parado no tempo. “E quem pára, regride”, adverte.
POR QUE A GRAMA DO VIZINHO É MAIS VERDE?
Bem, “se você acha que a grama do vizinho é mais verde, talvez esteja olhando demais a dele, e esquecendo de regar a sua”. As frases prontas dão margem para muitas reflexões, inclusive na administração dos escritórios contábeis. Enquanto existem empresários do setor lamentando a crise que se propaga, existem outros buscando alternativas e acreditando em soluções. Esses empresários são os mesmos que acreditaram no crescimento em tempo de vacas magras e que se ocupam, ao invés de se lamentar, eles são presença constante em eventos, cursos e seminários, interagindo com outros empresários contábeis com o objetivo de prestar serviços cada vez melhores.
O que é fundamental encarar quando nos deparamos com a secura da nossa grama, é que vivemos num mundo demasiadamente competitivo e ágil no qual precisamos ser ávidos por informações e conhecimento, aprimorando constantemente nossas técnicas de forma individual e institucional. Esta é a era da informação, na qual investir em conhecimento tornou-se estratégico.
PARA QUEM QUER PROSPERAR É HORA DE INVESTIR
Qual o retorno que o conhecimento, as informações e o networking de um evento pode trazer? E se você não for de novo? Bom, vem chegando a melhor oportunidade de todas para os empresários contábeis e de serviços que estão ávidos por novos negócios, e isso só acontece a cada 2 anos! O evento em questão é a Convenção Nacional das Empresas de Serviços Contábeis e das Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas – CONESCAP, que em 2015 terá sua 16ª edição.
O evento é focado para empresários de serviços, ou seja, não vamos ter por lá palestras sobre legislações e técnicas contábeis, o evento vai debater questões macro que deixam os empresários contábeis inquietos, tanto que o tema deste ano é: “As empresas de Serviços, o Governo e a Sociedade em Debate”. Afinal o cenário político e os reflexos empresariais fazem parte das mais profundas preocupações deste segmento.
O evento que vai reunir cerca de 2 mil empresários de serviços de todo Brasil será em Recife, de 11 a 13 de novembro e é o maior evento deste segmento do país. A realização é do sistema Fenacon Sescap/Sescon, composto por 37 sindicatos patronais distribuídos em todo país.
Conheça a programação e os detalhes do evento acessando este link: http://goo.gl/6jXPfM.
Fonte: Elizete Schazmann e Magda Battiston para Contabilidade na TV