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Litoral Norte pode deslanchar


Relatório do Projeto Gestão Pública Eficaz traçou perfil e perspectiva para a economia da região

Todos os anos, as atenções se voltam ao litoral logo no início da temporada. Mas como está a economia local e qual o seu potencial de desenvolvimento? Relatório do Projeto Gestão Pública Eficaz, do SESCON-RS em parceria com a FACE/PUC-RS, aponta que alguns municípios da região já estão no caminho certo para as crescentes demandas. Xangri-lá é a cidade que mais receitas arrecadou e de maior relação gasto público por habitante, além de possuir a menor dependência de recursos advindos dos governos Federal e Estadual. Osório também tem se destacado ao longo dos últimos anos no equilíbrio entre receitas e despesas.

No quesito arrecadação, Osório e Xangri-lá reinam absolutos. Em 2004, as receitas correntes liquidas de Osório alcançaram a marca de R$ 1.449,00 por habitante. Em 2013, esse número chegou a R$ 4.815,00 (crescimento de 232,3%). Já Xangri-lá saltou de R$ 2.887,00 em 2004 para R$ 4.779,00 em 2013. “No caso de Xangri-lá tudo indica que essa realidade se dá em função da tributação por patrimônio, associado a expansão imobiliária do município. Osório pode estar se beneficiando do retorno de ICMS dos parques geradores de energia eólica, além de também destacar-se como polo comercial da região”, explica o coordenador do Departamento de Economia da PUCRS, Milton Stella. Importante destacar que os dois municípios também são os que mais aplicam recursos públicos. Osório investiu R$ 4.660,00 per capita em 2013, enquanto que Xangri-lá dispensou R$ 4.501,00 por cada munícipe.

Imbé é um caso à parte. Sua receita corrente liquida foi a que menos cresceu ao longo dos anos (21,7%). Entretanto, surpreendentemente, suas despesas tiveram menor crescimento ainda (só 2,2%), o que pode demonstrar uma gestão mais conservadora e com menor risco ao longo dos anos. Hoje, Imbé é a cidade do Litoral Norte que tem a melhor relação despesa / receita, economizando cerca de 10% de tudo o que recebe. Três Forquilhas tem a pior proporção (gasta 20% a mais do que recebe em termos de receita corrente líquida) em 2013.

DEPENDÊNCIA DO ESTADO E DA UNIÃO – Xangri-lá é o município que menos depende das transferências do Estado e do Governo Federal para sobreviver. De todo seu orçamento, apenas 37% são provenientes de repasses. Capão da Canoa vem em segundo lugar (49%). Das maiores cidades da região, Osório é a que tem seu caixa mais dependente das transferências (84%). Itati lidera a lista (95%).

SAÚDE E EDUCAÇÃO - Novamente Xangri-lá surge com dados positivos. No quesito educação, o município é o que mais investe, destinando R$ 1.678,00 por habitante em 2013. Entre as principais cidades, destaque negativo para Torres, que aplicou apenas R$ 619,00 por cidadão. Quanto à saúde, Osório é a grande campeã. Com grande variação de 554,1% ao longo dos últimos dez anos, saltou dos R$ 230,00 por habitante para R$ 1.503,00 aplicados. “Osório é a base da região na época de temporada. Além disso, é a sede da coordenadoria regional de Saúde (18ª coordenadoria regional de Saúde do Estado)”, comenta o professor de Economia da PUCRS, Gustavo de Moraes. Torres novamente figura na ponta de baixo da tabela, com parcos R$ 479,00 por cidadão em 2013.

POTENCIAL DA REGIÃO – De acordo com os analistas, o Litoral Norte é a região com maior possibilidade de dar um salto significativo de desenvolvimento. Está próximo a Região Metropolitana, possui boa estrutura viária (o que reduz custo de transporte) e tem potencial construtivo ainda pouco explorado. “O setor de serviços é a chave para o desenvolvimento da região. É preciso, portanto, se investir em tecnologia e qualificação de mão de obra nesse segmento, pois somente com serviços qualificados, faremos girar a economia local”, comenta o presidente do SESCON-RS, Diogo Chamun.

Essa necessidade se torna evidente a partir de outro estudo, sobre a migração populacional. Segundo dados da FACE/PUCRS, no período entre 2000 / 2010 a população com mais de 60 anos de idade no Litoral Norte cresceu 105,4%, quase três vezes mais que a média estadual (37%). Mas engana-se quem pensa que apenas os vovôs estão buscando a brisa do litoral. Adultos em idade ativa, entre 30 e 59 anos, também têm fixado residência na região. No mesmo período, esse índice cresceu 43,24%, enquanto que em todo o Rio Grande do Sul a média ficou em 12,55%. “A Região Metropolitana e os grandes polos estão ficando saturados. Essa tendência migratória parece irreversível, mas para que ela se consolide se faz necessário políticas públicas ainda mais profissionais e focadas, com atenção para a infraestrutura e incentivo ao empreendedorismo. Mais empresas, geram mais empregos e mais desenvolvimento sustentável”, afirma Diogo Chamun.

Fonte: Sescon-RS


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